Manter a Paixão Viva

Manter a paixão viva na intimidade é uma prática profunda que desafia o casal para quem o despertar da consciência e do coração se torna uma aspiração de vida.

O maravilhamento em que caímos quando nos apaixonamos é uma manifestação da nossa natureza profunda, da nossa bondade essencial, desta vocação natural que temos para amar incondicionalmente e para sentir a luminosidade e a pureza de tudo o que existe.

Mergulhar nas profundezas do Corpo-Cosmos que somos

Entrar nas profundezas do Corpo-Cosmos que somos através do cultivo de uma prática meditativa e contemplativa somática proporciona-nos uma possibilidade de Encontro surpreendente e memorável ao qual se aspira naturalmente a regressar. Este regresso a uma intimidade pura e preciosa, absolutamente genuína e amorosa e ao mesmo tempo assustadoramente desafiante lança-nos naquilo que se pode sentir como um dos maiores reptos da nossa vida.

A descoberta e a urgência da meditação

A descoberta da meditação pelos ocidentais – enquanto treino da mente para manter uma atenção calma, clara e contínua, com profundos benefícios psicossomáticos, além do desenvolvimento cognitivo-afectivo – é um fenómeno histórico-cultural e civilizacional dos mais relevantes no final do século XX e no início do século XXI. A par da difusão da prática meditativa na população e das várias experiências de sucesso em escolas, empresas, prisões e hospitais, verifica-se um crescente interesse da comunidade científica pela meditação enquanto fonte de conhecimento acerca da relação mente-cérebro e das possibilidades da consciência, como mostram as experiências realizadas no MIT (Massachusetts Institute of Technology) e noutros lugares, bem como os encontros Mind and Life, promovidos desde 1987 pelo Mind and Life Institute e onde investigadores de vanguarda, particularmente na área das neurociências, têm dialogado com o Dalai Lama e outros representantes de várias tradições.

O que é o Amor?

O que é o amor, essa palavra que tão fundo ressoa na mente e no coração humanos e tão intimamente se associa às maiores aspirações, sonhos, gratificações, medos e frustrações da humanidade em todos os tempos? Uma possível etimologia é o indo-europeu “amma”, que designa a expressão da criança que chama pela mãe. Daí pode ter vindo o latino “amare”, que significa “dar carícias de mãe”. Daqui haver quem defenda que “amar” se relaciona com “mamar” ou “amamentar”.

Entrar na Grande Empatia, na Grande Conversa e na Grande Lucidez

Como diz Thomas Berry, “quebrámos a grande conversa” e assim “despedaçámos o universo”. Estamos apenas a falar connosco próprios, humanos, e cada vez mais virtual, mais dissimulada e menos profundamente. Na verdade, estamos sobretudo a tornar-nos cada vez mais autistas, fechados num monólogo ensurdecedor com os nossos pensamentos, emoções, projectos e preocupações. Essa é a raiz de muitos desastres, com maior evidência para o ecológico, mas com não menor impacto no sentimento de solidão que nos avassala, a sós ou acompanhados.

Portas abertas

São múltiplas as situações quotidianas em que praticamos a cortesia de segurar uma porta aberta para esperar que os outros cheguem e por ela passem, em vez de a deixarmos fechar atrás de nós e ir em frente, sem olhar para quem venha atrás. E muitas vezes damos a primazia aos outros, ao chegar a uma entrada, abrindo-lhes a porta para que entrem primeiro do que nós. Oferecemos e recebemos vezes sem conta este pequeno gesto de cortesia, sorrimos e sentimo-nos bem com isso.

A verdadeira causa do nosso mal-estar

Muito para além do que pensou Freud, a verdadeira causa do crescente “mal-estar na civilização” é o vivermos muito aquém da nossa verdadeira natureza e das nossas mais fundas potencialidades internas. É dessa profunda privação, bem como do seu não reconhecimento, que vem o desejo compensatório e compulsivo de prosperar e realizar todo o tipo de desejos no mundo material exterior. É por vivermos muito abaixo das nossas profundas potencialidades espirituais que acabamos por desejar viver muito acima das nossas reais possibilidades materiais, tornando-nos escravos-responsáveis do sistema capitalista de produção e consumo que explora e gere esta nossa vulnerabilidade, com todas as consequências a nível social, económico, ambiental e político que configuram a mais visível crise em que nos encontramos.

O que há nesta simples folha de papel

Há muitos modos de olhar para as coisas e muitas formas de as ver, que revelam haver nelas muito mais do que a desatenta percepção habitual nos faz supor. Um sábio contemporâneo, Thich Nhat Hanh, mostra-nos que nesta simples folha de papel há a nuvem de onde veio a chuva que irrigou as árvores de onde se fez o papel, bem como a luz do sol que as fez crescer e também o lenhador que as cortou e levou para serem transformadas, assim como o trigo e tudo o mais de onde veio o alimento que nutriu o lenhador. Com a mesma visão, podemos também reconhecer cada um de nós nesta mesma folha de papel, na medida em que ela integra a nossa percepção e é inseparável de cada um dos nossos presentes estados mentais.

A mulher entre Cristo e Buda

Vivemos um ponto de mutação civilizacional no qual, segundo Fritjof Capra, a mais profunda transição consiste no lento mas “inevitável declínio do patriarcado”, com a crescente redescoberta do valor da mulher e do feminino em todos os aspectos da vida. Feminino não é todavia sinónimo de mulher, sendo antes uma polaridade do ser e da consciência que, com o seu complemento masculino, pode ser reconhecida em todo o ser humano, mulher ou homem. Tradicionalmente, contudo, essa polaridade está mais activa nas mulheres.

Sonhar que se voa

‍”Sonhei que era uma borboleta, voando no céu; então despertei. Agora pergunto, sou um homem que sonhou ser uma borboleta ou uma borboleta que sonha ser um homem?”

– Chuang Tzu

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